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Entenda a Arquitetura Sensorial

Publicado em 16/09/22 por Karen Cruz.

Arquitetura Sensorial

FONTE – CASACOR SP 2022 | Amb. Marina Linhares

Vamos falar sobre arquitetura sensorial e começamos o artigo de hoje com o seguinte questionamento: O que é um ambiente confortável para você?

É indiscutível que o ambiente exerce influência direta no bem estar,  em fatores comportamentais e psicológicos dos indivíduos. Por isso, criar espaços que unam funcionalidade e conforto é fundamental.

Neste artigo falaremos sobre um conceito pensado para adequar da melhor forma possível o ambiente aos seres humanos, que é a arquitetura sensorial.

Se interessou sobre o tema? Então leia esse artigo até o final e tire suas dúvidas.

O que é a arquitetura sensorial?

A arquitetura sensorial tem por objetivo projetar ambientes que proporcionem experiências agradáveis aos indivíduos por meio dos sentidos. 

Então, a arquitetura sensorial usa  elementos que agucem os 5 sentidos que os seres humanos têm (visão, olfato, audição, tato e paladar). Veja como:

  • Visão = Ambientes com estética harmoniosa e iluminação agradável;
  • Olfato = Ambientes aromatizados, perfumes;
  • Audição = Ambientes com bom conforto acústico;
  • Tato = O toque, a percepção das texturas e o conforto térmico.
  • Paladar = Sabor dos alimentos e bebidas oferecidos no local;

A arquitetura sensorial e a visão

Tratar da visão na arquitetura é importante para o aspecto estético, mas é essencial para a funcionalidade na execução de tarefas e para a saúde.

Por isso, temos que harmonizar o ambiente pensando não apenas em agradar aos olhos pela beleza, mas também em utilidade e redução de ofuscamento.

Na parte estética, é necessário pensar em muitas coisas: as cores utilizadas, a quantidade e formatos de objetos inseridos no ambiente e o estilo dos móveis escolhidos são alguns dos fatores que interferem na maneira como a visão será acomodada no espaço.

Isso porque a forma como o ambiente é decorado, iluminado e organizado nos traz diferentes percepções quando observamos o espaço.

Já esteve em um lugar onde por mais que as coisas estivessem limpas, ainda assim havia a sensação de poluição visual? Aspecto carregado? 

Isso tem a ver com a percepção criada em nós, com base naquilo que nossos olhos veem. 

Pensando em iluminação é preciso analisar:

Uso da luz natural

A luz natural é essencial para funções do organismo, regulação de determinados hormônios e para a produção de vitaminas essenciais, como a vitamina D, por exemplo. Além disso, mantém o aspecto de renovação no ambiente.

Arquitetura Sensorial

Iluminação Natural- Fonte: Pinterest Por Barbara Laurindo

 

Uso da Luz artificial 

A luz artificial é necessária para os ambientes, pois possibilita a execução de tarefas mediante a ausência ou insuficiência de iluminação natural. Além disso, contribui muito para a estética e efeitos visuais no ambiente, criando cenários.

Ainda que necessário, o uso da luz artificial deve ser projetado para reduzir o ofuscamento e o desconforto visual.

Precisamos cuidar para que o ambiente em que vivemos não transmita estímulos visuais que nos causem desconforto, mesmo que de forma inconsciente.

Casa precisa ser um lugar acolhedor, de aconchego. Cuide das cores, dos elementos, da iluminação para que não seja ofuscante e nem insuficiente.

Arquitetura Sensorial

Combinação de Luz natural e artificial

Dicas para uma iluminação residencial mais confortável

1º DimerizaçãoA dimerização é um recurso que possibilita o controle da intensidade da luz, conforme a necessidade do ambiente.

2º Luz indireta – A iluminação indireta faz com que a fonte de luz fique oculta e apenas o seu reflexo visível. Isso diminui muito o ofuscamento.

3º Temperatura de corPor se assemelhar a tonalidade da luz natural ao entardecer temperaturas de cor abaixo de 3000K são ideiais para serem usadas no período noturno, proporcionando mais conforto visual.

4º Posicionamento adequado – Cuide para que a posição de instalação das luminárias não as torne ofuscantes, com luz direcionada para o rosto das pessoas presentes nos imóveis.

5º Invista no efeito Wall Walsher – Seja com spots ou perfis de LED o efeito wall washer sempre causa boa impressão nos ambientes. Esse efeito permite lavar a parede de luz, ressaltando as nuances, texturas e efeitos. É muito agradável aos olhos.

 

Escolha as melhores luminárias para o seu ambiente.

A arquitetura sensorial e o olfato

Você sabia que o olfato é o sentido mais ligado à memórias? 

Com certeza você se recorda do cheiro de algum lugar que você frequentou na sua infância, ou do aroma do bolo recém tirado do forno da casa da sua avó, por exemplo.

Qual a memória olfativa que a sua casa traz? Já parou para pensar nisso?

É importante usar isso para que seu ambiente seja único, acolhedor e tenha o poder de despertar sensações.

Arquitetura Sensorial

Aromatizador de Ambientes – Fonte Preçolandia

4 Tipos de aromatizadores de ambientes

  • Sachês de papel –  Geralmente têm formato de envelope e a fragrância é contida em grãos. O papel utilizado para a fabricação dos sachês é especial porque possui micro furos que auxiliam na dissipação do aroma pelo ambiente.
  • Difusor com varetas – Os difusores de varetas funcionam por meio de um líquido aromatizante depositado em um recipiente onde as varetas ficam submersas.
  • Para intensificar o aroma basta inverter a posição das varetas, deixando a parte que estava submersa exposta quando achar necessário.
  • Água para tecidos – Funciona por meio de um líquido aromatizante contido em um spray para facilitar a aplicação. A fragrância deve ser suave para que não se torne incômoda, visto que entrará em contato direto com os tecidos e superfícies da casa. Pode ser utilizado em camas, tapetes, cortinas, sofás, entre outros.
  • Essências concentradas – As essências concentradas funcionam geralmente por meio de difusores elétricos.  Algumas gotas são colocadas no difusor e em seguida ele é ligado na tomada. Feito isso, após alguns instantes o difusor atingirá a temperatura ideal  e irá difundir o aroma pelo ambiente.

 

A arquitetura sensorial e a audição

Ambientes barulhentos te incomodam? Se respondeu sim, saiba que você não está sozinho🫂

Em ambientes sem tratamento acústico qualquer barulho mínimo é potencializado. Isso nos gera algumas consequências:

  • Dificuldade de Concentração – Certamente você já participou de alguma aula, evento ou palestra em um ambiente sem tratamento acústico. O grande problema é que além de absorver o conteúdo, você certamente teve que ter atenção extra para entender o que o palestrante estava falando.
  • Dificuldade de Interação – Supondo que há um grupo de pessoas em um restaurante, por exemplo, e que naquele local não há tratamento acústico.  Haverá uma somatória de ruídos: A música do ambiente, o barulho das outras mesas, a conversa na própria mesa.  Neste caso, pessoas com tendência à timidez, por exemplo, se sentiriam extremamente desconfortáveis ao terem que elevar o tom de voz para serem ouvidas em uma conversa.
  • Irritabilidade – Barulhos excessivos geram incômodo ao nosso organismo, nos deixando mais propensos à irritação. Um ambiente com tratamento acústico absorve melhor o som, proporcionando mais conforto. Sendo, gritos de crianças em uma festa, choro de bebês, músicas altas, podem ser mais suportáveis em longos períodos se no ambiente houver um bom tratamento acústico.

Neurologicamente há inúmeros outros prejuízos que a permanência prolongada em ambientes sem tratamento acústico podem causar. 

3 Materiais utilizados no isolamento acústico

  • Lã de vidro – É um material leve e de fácil manuseio e corte, além de ser um material que não queima. Sua indicação de uso é em contrapisos, drywall e em forros. A lã de vidro é produzida por sílica e sódio em altas temperaturas, aglomeradas por resinas sintéticas.
  • Lã de PET – É uma solução sustentável, pois é produzida à partir da reciclagem de garrafas plásticas. Possui resistência ao fogo compatível com uso e áreas residenciais e comerciais. A versatilidade de tamanhos e formatos de fabricação torna possível o uso em diferentes áreas.
  • Espuma acústica – É fabricada em poliuretano e recebe aditivos que retardam o alastramento do fogo e reduz a produção de fumaças tóxicas. A espuma absorve a energia sonora emitida que é espalhada na estrutura celular, a transformada em energia térmica e se dissipa naturalmente pelo ar.

Aqui citamos apenas 3 opções, mas existem outras disponíveis. Vale a pena pesquisar e investir, pois com certeza melhora muito a sua qualidade de vida.

O vídeo abaixo é de uma Live que o Bruno Mantovani fez com o Arquiteto Christian Nascimento, que é arquiteto especializado em iluminação e acústica de ambientes.  Confira:

A arquitetura sensorial e o tato 

Você já teve a sensação de ser abraçado por um sofá, de tão confortável que ele era? Ou então, simplesmente deitar no chão de tão macio que era o tapete? Isso é o tato. É o toque, sentir as texturas e formas do ambiente.

Arquitetura sensorial

Tapetes – Fonte: Amazon

Você pode explorar esse sentido nas texturas, nos tecidos do sofá, tapete, mantas, almofadas, cortina, forros e revestimentos.

Um outro ponto importante é o conforto térmico. Você pode climatizar o ambiente com o uso de ventiladores, ar condicionados e aquecedores.

Também pode – e deve – usar a climatização natural, deixando janelas e portas abertas para que o ar circule e deixe o ambiente mais arejado.

Em regiões frias, pode utilizar também lareiras, pois além de aquecer, trazem um charme especial ao ambiente.

Arquitetura Sensorial

Lareira – Fonte Pinterest

 

A arquitetura sensorial e o paladar

Como explorar o paladar na arquitetura? Se você pensar isso de forma separada, não fará sentido. Então junte as experiências sensoriais: visão, olfato e paladar.

Já ouviu a expressão “comer com os olhos”? Pois bem, aqui faz todo sentido. Use cores que aguçam o paladar, como laranja e vermelho, por exemplo.

Além disso, a mistura de textura dos alimentos também ativa a experiência sensorial no paladar.

Combine isso ao aroma que exala do preparo dos alimentos e você terá como resultado uma expectativa muito maior pela refeição servida em seu ambiente, e tudo isso finaliza no paladar, onde a pessoa vai – literalmente- saborear o resultado desta junção de experiências.

 

Arquitetura Sensorial

Alimentos no Prato – Fonte: Leia Mais BA

O futuro será baseado nas experiências

Em diferentes áreas do conhecimento o que se vê em palestras, aulas e cursos é que cada vez se faz mais necessário pensar na experiência. E na sua casa não deve ser diferente. Você e sua família merecem as melhores experiências e podem usar a arquitetura sensorial para sentir o melhor que o ambiente pode oferecer.

Não se apegue a preços, nem tudo precisa ser caro. Existem inúmeras possibilidades e adaptações que podem fazer com que você consiga explorar o melhor do seu ambiente. Sendo assim, use a sua criatividade!

 

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