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Confira a ação do Ciclo Circadiano em seu organismo

Publicado em 28/10/22 por Karen Cruz.

Você pode não saber ao certo o que é ciclo circadiano. Mas, podemos afirmar que se houver algo errado com ele, o seu organismo certamente sofrerá algumas consequências. 

E, para que você entenda a importância deste ciclo que é regulador das principais funções do nosso organismo, neste artigo veremos:

  • O que é o Ciclo Circadiano;
  • Como o Ciclo Circadiano se estabeleceu;
  • Qual a influência da iluminação artificial em nosso ciclo circadiano;
  • Principais consequências de um relógio biológico desregulado;
  • Dicas para que a iluminação artificial não interfira negativamente em nosso organismo.

 

O que é ciclo circadiano?

Ciclo circadiano ou ritmo circadiano são as denominações mais usadas para se referir ao ciclo biológico natural de 24 horas que estabelece as respostas do nosso organismo nos diferentes períodos do dia, tendo como base a incidência da luz em cada um desses momentos.

De forma prática, o nosso corpo reagirá ao longo do dia em conformidade com a luz existente.

Sendo assim, despertará com a luz da manhã, terá o pico máximo de atenção por volta de meio-dia, que é o período com incidência de luz mais forte e ao entardecer será induzido ao relaxamento. 

Observe a imagem abaixo:

Ciclo Circadiano

Ilustração de Funcionamento do Ciclo Circadiano

Desde quando o Ciclo Circadiano foi estabelecido?

Existem evidências de que há pelo menos 3,5 bilhões de anos existe vida na Terra. 

No decorrer de todos esses anos inúmeras espécies surgiram e outras foram extintas.

Vertebrados habitam o planeta há 500 milhões de anos, os mamíferos há 200 milhões de anos, os primatas há 60 milhões de anos.  Há 200 MIL anos nós homo sapiens sapiens habitamos o planeta terra.

Durante todo esse tempo e processo evolutivo de cada espécie, tudo sempre se baseou e foi organizado pelo claro e escuro ambiental,  ou seja, pelo movimento de rotação da terra que estabelece a claridade para o dia e a escuridão para a noite.

Então, os seres vivos se organizaram e cresceram realizando diferentes atividades no período diurno, e descansando à noite, com a ausência total de luz.

Desta forma, o organismo humano se adaptou a essa movimentação natural, que sempre dividiu de forma bastante funcional os períodos de trabalho, interação e descanso.

Os primeiros usos de luz artificial

Com a descoberta e posteriormente o domínio do fogo ainda na pré-história, houve a primeira inserção da artificialidade na iluminação: ao anoitecer, eram feitas fogueiras em volta das quais as pessoas reuniam-se com o propósito de se aquecer, dando início às primeiras formas de iluminação noturna.

Além das fogueiras, as tochas também eram utilizadas para proporcionar sinalização e visibilidade.

Muitos anos depois, em 1879, depois de mais de 1000 tentativas Thomas Edison conseguiu fazer com que uma lâmpada permanecesse acesa por 48 horas ininterruptas. Esse fato  transformou totalmente a relação dos seres humanos com a luz. 

A luz em nosso dia a dia

Os anos passaram e com a evolução da tecnologia, criou-se muitos outros tipos de lâmpadas. Aqui podemos citar brevemente Incandescentes, fluorescentes, halógenas, entre outras. 

Neste artigo você terá informações detalhadas sobre cada uma delas.

Um grande marco na iluminação foi o descobrimento do LED, que possibilitou mais eficiência luminosa e menor consumo de energia, e a criação de luminárias com diferentes formatos e tamanhos, como as fitas e perfis de LED, por exemplo. 

Se por um lado a evolução da iluminação facilitou muito a visibilidade para o desenvolvimento de tarefas no período noturno, por outro, trouxe maior interferência em nosso ciclo circadiano.

Quando consideramos o fato de que o LED produz iluminação mais potente, esse problema se agrava.

Ocorre que o nosso cérebro ainda é reptiliano, ou seja, não evoluímos as nossas estruturas biológicas na mesma proporção que, por exemplo, a tecnologia evoluiu modificando as nossas rotinas.

Sendo assim, fica o questionamento: Será que nosso organismo já se adaptou a tantas intervenções causadas pela iluminação artificial?

Ou então, será que biologicamente em algum momento sofreremos as consequências da poluição luminosa e do uso constante e excessivo das telas, as quais nos forçamos a permanecer conectados muitas vezes até tarde da noite?

Qual a influência da iluminação artificial em nosso ciclo circadiano? 

A iluminação artificial interfere em nosso ciclo circadiano porque através dela, as luzes presentes no período noturno, passam ao cérebro a falsa sensação de que ainda é dia. 

Isto ocorre por meio da melanopsina, que é uma célula fotorreceptora presente em nossa retina.

A melanopsina tem a função de enviar informações luminosas para a zona do hipotálamo, que é a região cerebral responsável por coordenar o ritmo biológico.

Sendo assim, quando nos expomos às luzes excessivas no período noturno, a melanopsina capta a luminosidade e transporta ao hipotálamo, que por sua vez, continuará produzindo os hormônios diurnos, uma vez que ainda há luz existente.

Desta forma, há a interrupção ou retardo da produção da melatonina que é o principal hormônio indutor e regulador do sono, reduzindo drasticamente a qualidade do sono dos indivíduos.

Com o retardo da produção de melatonina, o nosso sono fica comprometido, e isso pode acarretar:

  • Aumento do stress;
  • Dificuldade de concentração;
  • Perda de memória;
  • Aumento de quadros de cefaléias e enxaquecas;
  • Disfunções no metabolismo (podendo causar obesidade);
  • Alterações na Pressão Arterial;
  • Desencadeamento de quadros de depressão entre outros fatores;

 

Qual tipo de luz é mais prejudicial?

Há uma informação relevante que pode agravar ainda mais esse fato. A melanopsina possui sensibilidade maior aos tons azulados dentro do espectro de luz.

Isso significa que esse efeito será ainda mais agressivo se as luzes do ambiente tiverem temperaturas de cores frias, e também, e se exposição prolongada às luzes de tela no período noturno

 

O que fazer para diminuir a interferência em nosso ciclo circadiano?

Se fôssemos dar uma única resposta objetiva e precisa seria: Não utilize luzes no período noturno! 

Porém, dadas as circunstâncias da nossa rotina, além de ser inviável é praticamente impossível.

Desta forma, existem algumas práticas que podem minimizar os malefícios:

  • Utilize iluminação noturna em temperaturas de cor quentes, abaixo de 2700k ou em tons âmbar e avermelhados.
  • Em ambientes de descanso, tenha sempre luz indireta, cuja fonte ficará oculta, proporcionando mais conforto visual.
  • Pratique a higiene do sono, pausando o uso das telas ao menos duas horas antes de dormir.
  • Se possível, não leve o celular para o seu quarto. Desta forma conseguirá ficar mais tempo sem utilizá-lo antes de dormir

Essas medidas visam diminuir os efeitos. E quando indicamos as luzes em temperaturas de cor baixa, é porque se assemelha à luz natural do entardecer, período em que a melatonina começa a ser produzida.

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